quarta-feira, 21 de novembro de 2007

a última noite no jardim dos mudos...


Imergia naquela manhã,réstias de algumas pegadas deixadas na areia,pelos itinerantes andarilhos que vagavam nos sonhos.
Lembranças pareciam borrar os pequenos rastros de poucos vocábulos proferidos;à viagem das mãos, olhos de rx , frações de um tempo, que nem mesmo o mais delicado dos pincéis haveria de atinar.
Esse instante tornaria vã qualquer tentativa de fuga.
Rabiscavam o céu,incandescentes corpos celestes,pareciam diamantes com o intuito de acender a noite.
Portanto,ia ao chão,alguma chance concreta de saída que houvesse.
Tudo em volta parecia conspirar,suscitar.Até mesmo o cenário,ajustava-se involuntária e perfeitamente,desenhando,detalhadamente,imponentes cipestres,onde não havia;um forte aroma de orvalho quando toca as flores,aonde não caberia.
Havia música no silêncio....
E,aqueles andarilhos olhos,que,mesmo sorrindo,tentavam se desencontrar,mensuravam talvez,transceder a atmosfera que descortinara.
Sucumbiram ao frêmito,como rosas que doam suas pétalas a terra,e,unidas,formam indescritível elixir.E os lábios que se unem,quando amor;traduzindo o indizível.
Delineara-se , pois, a curva insensata da memória do que diz o silêncio, mesmo em silêncio.
Ao longe já se ouviam alguns rouxinóis....
Amanhecia.



Renata